Do meu apartamento vejo todos os dias o monstrengo que um dos irmãos Machado transformou a casa de meus avós. Mesmo desfigurada sempre que a vejo bate uma saudade doída, pelas alegrias que ela me proporcionou. Era uma casa constantemente feliz, cheia de vida e risos, uma casa de congraçamento dos filhos da vovó Mímica e suas famílias. Era raro o final de semana que não estávamos lá reunidos. Num desses dias, minha avó, minha mãe e minhas tias estavam proseando no pátio de baixo de casa, enquanto que: eu, PP, Neto e Beto brincávamos de mocinho e bandido no pátio de cima. O tiroteio era incessante quando de repente alguém alveja o Beto. Para dar realismo a cena o homem vai até o marquise do pátio e despenca de costa no jardim da casa, era uma altura considerável, tipo 3 a 4 metros. Ao ver meu primo estatelado na grama, a turma do pátio de baixo corre para socorrê-lo: - Meu filho você se bateu? Estás passando bem? Quebraste alguma coisa?
Meu primo olha para os rostos nervosos de sua mãe, mamãe, vovó, minha madrinha, tia e diz: - Deixa a gente brincar, eu morri!
Esse é o Beto, meu primo de altas aventuras, que até hoje me chama de vaca. Colegaridades, um beijão, tu mora no meu coração.
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