Músicas, Seriedades, Burridades e Coisas Ogonorantes.

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terça-feira, 10 de julho de 2012

O crânio.

Essa estória surgiu a partir de um relato feito pela filha do falecido amigo Tabosa. Ela dizia que em determinados países há facilidades em conseguir esqueletos humanos para estudos por parte dos formandos em medicina. Aqui no Brasil, a turma é obrigada a corromper coveiros e funcionários de cemitérios para obter alguns ossos, um crânio ou um esqueleto completo. Pensando nisso imaginei a seguinte situação. Estamos no ano de 2043, eu já levei farelo há alguns anos atrás, e conforme meu desejo fui enterrado em vez de cremado, para devolver a terra o que em vida dela consumi: alface, tomate, pepino, cebola e outras guloseimas de velho doente. Estava só osso, sem nada de pele, se as minhas fãs me vissem ficariam apaixonadas. Pois bem, na calada da noite o Zé Mortalha conhecido coveiro e corrupto do cemitério, arromba a tumba onde estou cadavérico e surrupia minha cabeça, deixando meu corpo esquelético decapitado. Lembrei-me que antes já havia conseguido a proeza de sobreviver sem um braço, porque não poderia não sobreviver sem a cabeça, claro que sim. Qualquer pessoa morta sobrevive sem a cabeça, e nessas circunstâncias como diz o meu amigo Herman “Não servir pra nada!”. Alto lá alemão, claro que serve, caso contrário o Zé Mortalha não seria corrupto. O tal coveiro pegou meu crânio e vendeu por uma bagatela para um estudante de medicina do Bengui. Passei a vida toda estudando pra esse filho duma puta vender minha cabeça a preço de banana, puta que pariu, de que adiantou morrer sabendo a fórmula da raiz quadrada de PI; ora, ora, isso sim não servir pra nada. Fiquei indignado, e por conta desse aviltamento resolvi jogar pesado com a turma que me comprou. Passei a atazanar os moradores da casa com meus poderes sobrenaturais. O estudante não conseguia decorar nenhum nome de osso do esqueleto humano e só se ferrava na faculdade. Toda vez que a turma ia escutar techno-brega, fazia com que o interprete engasgasse, a Gaby Amaranto por diversas vezes teve que pedir um copo d‘água para parar de tossir. A mãe dos estudantes foi expulsa da Igreja Universal por ter feito a dança do ventre no meio do templo. A vida deles ficou de cabeça pra baixo, quando resolveram contratar um pai de santo para saber o que se tratava. O homem na primeira sessão me dedurou, disse que todas as mazelas que estavam acontecendo, era obra é graça do crânio do Condureba, e que eles teriam que se livrar de mim. Dito e feito me venderam novamente. Depois disso passei a trabalhar com a Élida Braz, que com seus 96 anos arrepia os anciãos em asilos, com shows produzidos pelo Kaveira já caveira.

2 comentários:

  1. pelo tamanho da cabeça foi praga de mãe

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    1. Serqueira, a Dona Ercília quer falar contigo. Vamos marcar na praça Ferro de Engomar para medir quem tem a maior cabeça. Daqui de casa já vejo a coroa da careca reluzindo lá em Concórdia.

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