Músicas, Seriedades, Burridades e Coisas Ogonorantes.
Um blog para quem não tem nada para fazer. Para pessoas que vieram do nada e hoje não tem porra nenhuma.
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Uma do Millôr Fernandes.
O ano era o de 1982, a ditadura acossada resolvera promover eleições diretas para governador. Rio de Janeiro, onde eu morava, os candidatos eram: Moreira Franco, pelo PDS, candidato da direita moderada; Miro Teixeira, pelo PMDB chaguista, com apoio do PCB; Leonel Brizola, pelo PDT, com apoio da esquerda independente; Lizaneas Maciel pelo então minúsculo PT e a lacerdista Sandra Cavalcanti pelo PTB, que ironia, de Ivete Vargas. Sandra era franca favorita, a notória revista Veja havia publicado uma reportagem em que ela, numa pesquisa venceria no primeiro turno e a revista concluía: Sandra pode encomendar o vestido da posse. Houve então o debate final entre candidatos promovido pela Rede Globo. Naquele tempo, debate era debate mesmo. Os candidatos discutiam entre si e respondiam perguntas, ao vivo, de uma bancada de intelectuais, dentre os quais estava o jornalista Millôr Fernandes conhecido pela mordacidade e que, naquela eleição apesar de manter uma coluna na Veja, apoiava abertamente Leonel Brizola que na ocasião do debate tinha pouco mais de 10 pontos nas pesquisas. Na hora de formular a sua pergunta --cada intelectual tinha direito a fazer uma pergunta a um candidato que escolhesse-- Millôr escolheu Sandra Cavalcanti e com ironia disparou: "eu vi uma declaração sua de que era favorável à pena de morte eu gostaria de saber qual o método que a senhora adotaria no Brasil, o fuzilamento, o enforcamento, o apedrejamento ou o garrote vil?" Sandra perdeu o rebolado. Sua candidatura naufragou ali e Brizola foi eleito governador do Rio de Janeiro.
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