Peru.

O Nêgo Nelson contou essa no café da Sol. O legal dessa história é ver ao vivo a coreografia feita pelo próprio Nêgo, o que infelizmente não temos como reproduzir aqui. Mas vamos ao causo. O João Bento um cartunista papa chibé, conseguiu em um dos shoppings de Belém espaço para fazer uns trocados. Sentou com seus apetrechos de desenho esperando cliente interessado em ser caricaturado, pagando é claro pela obra. O primeiro cliente sentou em frente ao João Bento que começou a trabalhar. Pequena multidão de curiosos cercou o espaço, lá no meio estava um moleque de seus 14 anos, naquela posição de "caboco", com uma perna a frente outra atrás. Espichou o pescoço e deu uma olhada de cima para o desenho quase concluído do João Bento, e saltou a voz: - Nada a ver! E saiu de fininho. O João ouviu o "elogio" e ficou calado, o cliente pagou e foi embora. A multidão se dispersou. Depois de alguns minutos, aparece outro cliente, que senta a frente do João que começa a trabalhar. Rapidamente se forma nova roda de curiosos, e lá estava nosso jovem de 14 anos. O João sem perceber a presença do rapaz, se esmera ao máximo para evitar "elogios" fora de hora. O moleque coloca uma perna na frente e outra atrás, espicha o pescoço, flecha o olhar no desenho do João e comenta: Nada a ver! O João largou o lápis e saiu correndo atrás do garoto.