Não
satisfeito com o que disse, Camilo escreveu mais duas laudas esculachando com a
ilha sániana. Disse sem papas na língua: Maria Gasolina é um elogio ao alcance dos
olhos incrédulos Tu acreditas que, o primeiro carro que vi na minha vida, foi
um jipe do exército que, embarcado em uma corveta colombiana, saiu para dar uma
volta em Tabatinga. Lembro de mim, atarantado, correndo atrás daquela
maravilhosa novidade. O carro, depois, veio ser o meu meio de transporte. Acho
que são características de poder: o ter e o não possuir. Se eu fosse
esquerdista e lulista, optaria pelo não possuir. Sendo obreiro opto pelo ter. E
continuo gostando da pochete do Janary. Os automóveis não faziam parte da minha
imaginação. Nunca pensei que, morando na Vila Felicidade, na Marambaia, eu
fosse conseguir ter dinheiro para comprar um carro. É uma história engraçada.
Não gosto tanto de carro porque cansei de dirigir. Mas não posso voltar para a
vida enlameada que curti na Marambaia. Algodoal é emocionante porque continua
pobre. Coisa que ninguém entende. Ou seja, chamou Algodoal de pobre, molambenta,
fedenta e curubenta. Cuspiu no chão e está esperando secar.
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