O atual cidadão Lula, quando presidente, definiu prêmio para
jogadores que venceram as Copa do Mundo. O valor podia chegar, na época (junho
2010) a 465 mil reais.
Eis a notícia:
"O presidente Lula e a Associação dos Campeões Mundiais
do Brasil negociam aposentadoria e indenização para os atletas da seleção que
ganharam Copas do Mundo. O benefício valerá inicialmente aos ex-jogadores de
1958 e se estenderá, posteriormente, a quem atuou nos Mundiais de 1962, 1970,
1994 e 2002.
Reunião na Casa Civil discutiu as cifras a serem pagas aos
campeões. Inicialmente, o valor negociado para cada um gira em torno de mil
salários mínimos, no caso da indenização (465 mil reais), e de dez salários
mínimos (4.650 reais), o teto da Previdência, para a aposentadoria. A expectativa
é que o anúncio da nova medida seja feito pelo governo na próxima semana.
O texto abaixo foi escrito por TOSTÃO, ex-jogador de
futebol, comentarista esportivo, escritor e médico, e foi publicado em vários
jornais do Brasil:
Tostão escreveu:
"Na semana passada, ao chegar de férias, soube, sem
ainda precisar detalhes, que o governo federal vai premiar, com um pouco mais
de R$ 400 mil, cada um dos campeões do mundo pelo Brasil, em todas as Copas.
Não há razão para isso. Podem tirar meu nome da lista, mesmo
sabendo que preciso trabalhar durante anos para ganhar essa quantia.
O governo não pode distribuir dinheiro público. Se fosse
assim, os campeões de outros esportes teriam o mesmo direito. E os atletas que
não foram campeões do mundo, mas que lutaram da mesma forma? Além disso, todos
os campeões foram premiados pelos títulos.
Após a Copa de 1970, recebemos um bom dinheiro, de acordo
com os valores de referência da época...
O que precisa ser feito pelo governo, CBF e clubes por onde
atuaram esses atletas é ajudar os que passam por grandes dificuldades, além de
criar e aprimorar leis de proteção aos jogadores e suas famílias, como pensões
e aposentadorias.
É necessário ainda preparar os atletas em atividade para o
futuro, para terem condições técnicas e emocionais de exercer outras
atividades.
A vida é curta, e a dos atletas, mais ainda.
Alguns vão lembrar e criticar que recebi, junto com os
campeões de 1970, um carro Fusca da prefeitura de São Paulo. Na época, o
prefeito era Paulo Maluf. Se tivesse a consciência que tenho hoje, não
aceitaria.
Tinha 23 anos, estava eufórico e achava que era uma grande
homenagem.
Ainda bem que a justiça obrigou o prefeito a devolver aos
cofres públicos, com o próprio dinheiro, o valor para a compra dos carros.
Não foi o único erro que cometi na vida. Sou apenas um
cidadão que tenta ser justo e correto. É minha obrigação.
Tostão"
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