Músicas, Seriedades, Burridades e Coisas Ogonorantes.
Um blog para quem não tem nada para fazer. Para pessoas que vieram do nada e hoje não tem porra nenhuma.
Vou ter que comprar um paletó.
Quando
trabalhei no Ministério Público do Pará fui obrigado a usar terno, cheguei a
ter uns 5 paletós, como se chamava
antigamente, mas nunca consegui me habituar com tal indumentária. Sinto que
estou amarrado em uma camisa de força, meus ombros ficam mais arqueados e tenho
até bursite. Deixei o Ministério Público juntamente com meus paletós, todos
doados sem dó nem piedade, me livrei daqueles trambolhos. Depois de mais de 15
anos sem usar um paletó, e tendo ido a frequentes enterros, descobri que as
pessoas, digo os homens, quando morrem são enterrados de paletó, provavelmente
são mais respeitados na entrada do céu, sem ele seguem direto para o inferno ou
ficam numa fila interminável até apodrecer. Pode ser também que sem paletó a
pessoa não tenha direito a reencarnação, ou quem sabe, fique privada das
diversões no Paraíso; em última instância pode ser que as minhocas não gostem
muito dos tecidos dos ternos, e deixem o cara para ser devorado após o
apodrecimento do terno. E se a pessoa for cremada? O paletó deve ajudar a
amenizar as queimaduras, ou sei lá, inibir o cheiro de churrasco e exalar naftalina,
confesso que não sei, mas só sei que vou ter que comprar um terno para ser
enterrado. Farei isso a contragosto, porém como vou estar morto, não sentirei
aqueles desconfortos que sentia no Ministério Público. Só gostaria que
respeitassem uma única condição, de me enterrarem sem gravata. Gravata nem
pensar, me dá uma asfixia danada.
Em respeito aos falecidos, ou desencarnados, creio que devas consultar um especialista em espíritos. Isto realmente me intriga. Se, ao morrermos, ou desencarnarmos vamos de paletó, ou outra vestimenta, por que, ao voltarmos, estamos nús. Nunca vi alguém nascer vestido... Os Novelinos voltarão amordaçados?
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