Estava
eu em São Paulo passando umas semanas em Sorocaba com as minhas netinhas. Nem
tive oportunidade de ver meus e-mails. Somente ontem, através do meu I PAD
tomei conhecimento da matéria produzida na TV Cultura sobre os 30 anos da Elf.
Não tinha como me comunicar antes. Faço-o agora.
Não
poderia esquecer o nascedouro, tempos maravilhosos, na Nove de Janeiro, que
mesmo com os alagamentos da rua nunca deixou de funcionar. Dava eu, nesse
tempo, meus primeiros e tardios passos como artista plástico, sob a supervisão
severa do querido e inesquecível amigo Gileno. Passamos momentos difíceis,
que acabavam, ás vezes em situações hilariantes, como a turbulenta passagem do
estelar Ubirajara Ribeiro, alcoólatra contumaz que era (não sabíamos!
E o Gileno só foi saber depois que o cara sumiu e ele teve que ligar pra São
Paulo/ Selma Dafre, ex-mulher dele, que riu muito e passou as informações e
recomendações!); o cara simplesmente consumiu todos os litros de batidas e
outras beberagens disponíveis na Elf, e até o desodorante do Gileno e sumiu,
sendo encontrado pelo Roberto Lamarão, três dias depois, caído (literalmente)
na vala da Conselheiro Furtado próximo à Castelo e, incrível, mesmo dormindo,
ainda agarrado com sua bolsa á tiracolo, que não foi roubada! Enquanto isso, o
Gileno suava e bufava e ao mesmo tempo com aparente tranquilidade, mas
quase enfartando de preocupação! Que tempos. Depois o sucesso continuou maior
ainda na Generalíssimo, criando laços externos bem marcados como a idealização
e implantação do MABEU. Lembro de muitos causos, como o das rachaduras nas
paredes da Elf que levaram o Gileno a criar uma instalação pendurando
dezenas de quadrinhos com frases de protesto contra a vizinhança; que
coisa! Também inesquecível, a ocorrência de quando ele preparando uma
moldura, certa vez pregou o dedo do Amiraldo na madeira que quase chorava sem
que o deixasse largar! E os cronogramas anuais, sempre cumpridos. Exposições de
luminares nacionais a preços acessíveis. E o papo, ha! O papo, nossa! Nas
vernissages, o Gi ficava no seu cantinho estratégico vendo tudo, muito
atento, com o semblante entre risonho e perscrutador, observando as
conversas, "ooooolha!" com a caneta na mão ágil e competente, como um
repórter que também ele era, a construir um arquivo histórico soberbo, feito á
mão em milhões de agendas da Estacon, e de repente, anotava alguma frase
interessante que saia ou uma piada, e também algum fato ou novidade importante,
trazidos por alguém. Assim se passavam as vernissages, que nunca chegaram a ser
dançantes como queria o Lutfala (graças a Deus !). E se passaram 30 anos! Que
saudade. Mas também, que bom agora, mesmo sem o querido Gileno, a Elf
prosseguindo, sempre na direção certa. Parabéns a vocês, que fazem a galeria
hoje. Parabéns a todos os participantes dessa história rica de cultura, grandes
ensinamentos, grandiosa e bela, muito bela. Parabéns ao Gileno e sua visão de
futuro, zoom 1000 mega pixels. Viva a Elf ! Sempre !
Sds.
PAndrade
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