Músicas, Seriedades, Burridades e Coisas Ogonorantes.

Um blog para quem não tem nada para fazer. Para pessoas que vieram do nada e hoje não tem porra nenhuma.

domingo, 30 de outubro de 2011

O que não sabemos valorizar.

Acompanhei o documentário, exibido em capítulos pelo Canal Brasil, sobre a gravadora Elenco produzido pelo Charlie Gavin – “Elenco a Casa da Bossa Nova”. É um resgate primoroso do que foi e é uma das maiores gravadoras do mercado fonográfico mundial. Concebida pelo visionário Aloísio de Oliveira, a Elenco tinha músicos escolhidos a dedo, como: Tom Jobim, João Gilberto, Edu Lobo, Vinicius de Moraes, Dorival Caymmi, Tamba Trio, Silvinha Teles, Lucio Alves, Dick Farney, MPB-4, Quarteto em Cy, Sérgio Ricardo, Roberto Menescal, Nara Leão, Baden Powell, Nana Caymmi, Maria Bethânia, Lennie Dale e Maysa. Ser da Elenco era sinônimo de status e de venda para o público amante da boa música. Edu Lobo declarou no referido documentário, que quando foi contratado pela Elenco “era um mero desconhecido”, e a parti daí passou a ser um expoente de nossa música. A Elenco foi quem transformou a Bossa Nova em um produto de qualidade mundial, foi quem deu cores vivas aos grandes festivais de música dos anos 60. Hoje os discos originais da Elenco são raros, caríssimos e endeusados em países como a Alemanha, Inglaterra e Japão. A qualidade gráfica das capas dos LPs (designer Cesar Villela - fotografia Chico Pereira), a qualidade sonora das gravações, a qualidade dos músicos, a qualidade dos arranjos fazem da Elenco uma gravadora atemporal, que vai sobreviver na historia da música mundial pela eternidade. Recentemente escrevi aqui no blog que os selos das gravadoras ECM e ACT são o que há de melhor em matéria de jazz contemporâneo. Essa característica de primar pelo que faz, veio antes com a Elenco, possivelmente o exemplo que essas gravadoras jazzistas se espelharam. Para quem não sabe, a Elenco não foi extinta, foi vendida no início dos anos 70 para a PHILIPS (na época Companhia Brasileira de Discos), e atualmente seu acervo (de pouco mais de 50 discos) pertence aos japoneses, que melhor do que nós, sabem dar o devido valor para a verdadeira música brasileira, que a Elenco teve o privilégio de registrar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário