Não tenho bem certeza se foi em 2007 ou 2008, a polícia da capital fez um estardalhaço por ter preso um dos maiores assaltantes de carro, daqueles que o Lula diria: Nunca houve na história desse país, quiçá mundial, um assaltante como esse.
Os principais jornais de Belém estampavam em manchete a entrevista do chefe de polícia dizendo que o assaltante tinha roubado em pouco mais de seis meses cerca de 200 veículos, e o que era mais audacioso é que o homem ainda desmanchava os veículos e revendia as peças e carcaças para lojas especializadas.
No dia seguinte os jornais cederam espaço para o próprio assaltante que fazia questão de desmentir o chefe de polícia. Dizia ele que não fora somente 200 carros e sim 300 veículos, inclusive uma S20 da própria polícia. Disse ainda que realizou tudo sozinho em 3 meses, sem dar um único tiro, e que logo depois dos assaltos ainda agradecia as vítimas pela cessão definitiva do veículo. Por fim confirmou que desmontava os veículos, também sozinho, e que seu recorde era de 2 horas para desmanchar integralmente um carro desses porrudos cheios de parafusos.
Confesso que de prima simpatizei com o homem, e o melhor de tudo isso era o nome do homem: Fábio Alex Condurú.
Nossa família não tinha em seu núcleo de parentesco um herói dessa estirpe, um cidadão que não era muito pacato, não era um estudioso como a grande maioria dos Condurú’s, não era tão certinho, mas tinha habilidade e audácia de sobra. A família carecia de alguém que estivesse permanentemente na boca do povo, nos jornais, na imprensa e na internet, e nesse ponto o Fábio Alex tinha todos esses predicados.
Na época o Paulo César, meu primo, ainda estava entre nós e tive oportunidade de conversar com ele sobre o novo primo. Falei também com o Neto, o Beto e algumas tias sobre o mesmo assunto, e todos concordamos em alugar um ônibus de turismo da Vale Verde, e fazermos uma visita para o querido primo em Americano. Até parentes nossos que não são Condurú pediram para participar de tal visita. Era uma empolgação nunca vista.
Próximo de nossa excursão, somos surpreendidos com a polícia dizendo na imprensa que o nome do homem não era Fábio Alex Condurú, e que esse nome era nome de guerra, escolhido a dedo pelo próprio para disfarçar sua verdadeira identidade, e também evitar suspeitas sobre sua atividade. Julgava ele que tendo um nome desses - Fábio Alex Condurú – dificilmente alguém suspeitaria de que ele fosse assaltante de carro.
Foi uma ducha de água fria em todos nós. Nossa alegria durou pouco,deixamos de ser parentes do nosso Robin Hood do trânsito num piscar de olhos. O homem que conseguia retirar 300 veículos de circulação em pequeno lapso de tempo, não era Condurú.
Não sei qual é o verdadeiro nome do “Fábio”, mas certamente em algum lugar deste país uma família deve estar feliz da vida em ter esse herói na mesma árvore genealógica. Enquanto a nossa está triste de ter perdido um "parente" e que será um dia a grande solução para o trânsito da cidade.
É Paulo Ribeiro... baita perda.
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