Os anos vão passando e minha desilusão com a política e políticos é cada vez maior. Independe de cor, de sigla, todos, sem exceção tem em comum o mesmo sistema de perenizar o poder, ter regalias e facilidades ante o cidadão normal e enriquecer sem explicações convincentes. Sai governo e entra governo, governantes e dirigentes que deixam cargos públicos, sem parcimônia alguma, ostentam rapidamente patrimônios e bens incompatíveis para os padrões de salários e gratificações pagas pelo erário público. É muito comum em Belém chegar em edifícios suntuosos de alto luxo (apartamentos de mais de R$ 1 milhão de reais) e constatar que neles há parcelas consideráveis de proprietários que são ou foram funcionários públicos e políticos, independente da instância de poder. Nesse contexto parte da população que não usufruiu dessas riquezas se mantém num estado de letargia, denotando impotência e incapacidade de gritar contra essa imoralidade, pela falta de ressonância de instituições capazes de cobrar explicações convincentes para tal descalabros; enquanto que outra parte da população, em decorrência de sua ignorância política, é manipulada com benefícios governamentais (bolsa família, vale gás, micro crédito, convênios em ongs, etc.), para acobertar essas ilicitudes. Estima-se que durante o ano de 2010, no Brasil, foram parar nas mãos de corruptos 85 bilhões de reais, surrupiados a luz do dia da sociedade, e nada se fez. Não houve passeatas de protestos do povo, dos estudantes caretas e maconheiros, das donas de casas, de todos que sofrem pela inoperância de serviços públicos desprovidos dos recursos que foram desviados. A imprensa que deveria ser vigilante se curva ante os afagos publicitários dessa turma endinheirada, e ficamos órfãos de bispos e outros guardiães da moralidade. Não sou arauto de ninguém, mas vou dar minhas estocadas, pois pode ser que um dia alguém, com o poder nas mãos, obtenha as explicações de quem tem culpa no cartório. Eu talvez possa responder algum processo, mas vou para o céu ou inferno convicto que tem muito ladrão por aqui.
P.S. Para discutir esse tema polêmico sugiro que façamos um grande debate público no Hangar 2, lá tudo é simples, é para gente humilde como a gente.
É isso mesmo Renato. Tô contigo até no inferno!
ResponderExcluirtonico