Essa
semana li rapidamente em um barbeiro da cidade o besta-seller de Salomão Laredo
“Jibóia Branca”. Embora pareça ser um livro fino, não é, é cumprido e pesado,
pois fala sobre ônibus, as linhas de ônibus de Belém. Algo genial, pois jamais
em toda minha vida ia imaginar que alguém tivesse essa feliz ideia em colocar
em um livro todas as linhas de ônibus de Belém, inacreditável. Ainda por cima
toda arrumadinha, coisa que nenhum prefeito e diretor de trânsito conseguiram
ainda. Por exemplo, começa a narrativa
com a linha Tamoios-Arsenal e como não quer nada, cita no final da página a
linha Canudos-Umarizal, ou seja, a tal rima rica, note bem o som
Arsenal-al-al-al e Umarizal-al-al-al. Apesar do som ser o mesmo, as cores dos
ônibus são diferentes. Uma pena que a obra ainda não tenha sido traduzida para
o Braile, pois ia ajudar muito os deficientes visuais a pegarem o ônibus certo.
Lembre-se que em muitas paradas há gente que não tem boa dicção e pode sem
maldade, ou de sacanagem mesmo, dizer para o ceguinho que a linha é Tapanã-Cremação,
e o ceguinho entender Carapanã de Caução, e perder o ônibus. Portanto acho a
obra importantíssima que deve ser lida imediatamente pelos fanhos, gente que
fala pra dentro e cobradores mal-educados. No meio do livro há dois grampos
prendendo as páginas na capa, solução bastante engenhosa e complexa, pois você
já tentou grampear um livro em um ônibus lotado é muito difícil. Nas 2 páginas
seguintes relaciona todas as linhas que passam em frente na Oficina de Serviço
Técnico Especializada do Venceslau Magaiver, revelando forte merchandising para
quem financiou a obra. Para quem não sabe, a Oficina do Venceslau é aquela que
conserta do ferro a carvão a helicóptero. No capítulo único e último o autor
encerra a obra com o ônibus GreenVille-Jibóia Branca no fim da linha totalmente
seco. Cotação: R$ 2,20.
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