Eu e o Rui conseguimos uma peixada “justa” e fomos conhecer Brasília pelos idos de 1972, mas não foi para passear. Partimos para trabalhar na Feira dos Estados, afinal éramos considerados por pouquíssimas pessoas como os melhores barman’s do Pará na ocasião. Fomos para trabalhar na barraca do Pará vendendo batida de nossas frutas regionais. Viagem de ônibus de mais de 3 dias, a Belém-Brasília era lama e buraco.
Chegamos vivo por lá, e numa noite na barraca, uma japonesinho se aproxima do Rui e pergunta:
- Tem batida de capuaçú?
O Rui de cara viu que o japona não sabia nada de nossas frutas.
- Claro que tem.
E serviu uma dose para o japonês, que a cada 20 minutos voltava a barraca e pedia mais uma dose.
Eu estranhei aquele vai-e-vem, pensei esse japonês é bom de cana, pois o cara já tinha tomado umas 8 doses. Numa das vindas do japonesinho para renovar o pedido, o mesmo se vira pro Rui e diz.
- Batida de capuaçú é muito boa, é quente e arde muito, mas não deixa japonês porre.
Caceta, aí fui ver que o Rui estava servindo para o japonês a 10 dose de tucupi quente com pimenta. Observando que eu tinha visto a cena, o Rui se vira e diz.
- Ele pediu capuaçú, deve ser isso. Sei que ele está amando.
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