Músicas, Seriedades, Burridades e Coisas Ogonorantes.

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Análise literária (by Mário A.Tavares).

Análise literária da música AI SE EU TE PEGO, por Edmilson Borret, professor de Português.
“Já que professor de literatura sou, dediquei alguns minutos do meu
precioso tempo para me debruçar sobre a letra desse "fenômeno" de
crítica e público que assola as rádios e tv's, não só do Brasil, mas
também do mundo: "Ai, se eu te pego", desse grande artista chamado
Michel Teló. Uma letra de música tão profunda, filosófica e poética como essa merece, sem sombra de dúvida, uma análise literária mais esmiuçada.
Então vamos lá!
"Delícia, delícia. Assim você me mata"
Nos versos acima, nota-se de imediato que o eu lírico expressa metaforicamente seu deleite sexual, chegando mesmo - pode-se dizer – a um estado de clímax sexual, um orgasmo. Entretanto, à medida que avançamos na leitura da letra da música, percebemos logo no verso seguinte uma ideia paradoxal que nos leva a constatar que talvez o eu lírico, através de um eufemismo muito bem elaborado, aponte para uma das práticas difundidas na tradição literária ocidental, principalmente a partir do Romantismo. Observem o verso:
"Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego"
A anáfora presente nesse verso, com a repetição da interjeição "ai",
mais uma vez denota a ideia de deleite, de clímax sexual. Entretanto,
através do papel hipotético conferido pela conjunção condicional "se",
percebe-se que o eu lírico não chegou, de fato, a um enlace, a uma
conjunção carnal com o objeto de seu desejo: o "ai se eu te pego"
significando algo como "ai, como eu gostaria de te pegar" ou "ai, se eu
pudesse te pegar" (levando-se em consideração também o neologismo já
absorvida pela linguagem coloquial quando ele usa o verbo "pegar" para significar o ato sexual). Ou seja: se, nos dois primeiros versos, o eu lírico expressa seu deleite, seu clímax sexual, seu orgasmo; mas, logo imediatamente, nos dá dicas de que o enlace sexual não ocorreu de fato, somos forçosamente levados a considerar que o eu lírico é...
UM PUNHETEIRO DE MARCA MAIOR!
E essa porcaria vende, meus amigos!

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