Músicas, Seriedades, Burridades e Coisas Ogonorantes.

Um blog para quem não tem nada para fazer. Para pessoas que vieram do nada e hoje não tem porra nenhuma.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Metendo a colher sem ser chamado.

Tenho ouvido falar sobre o bate-boca entre duas correntes “musicais” paraenses. De um lado a turma que puxa a brasa para: Gaby Amarantos, Guitarrada, Dona Onete, Joelma, etc. De outro aqueles que defendem: Waldemar Henrique, Billy Blanco, Fafá de Belém, Leila Pinheiro e outros. Não sou músico de carteirinha, nem tampouco toco algum instrumento musical, mas tenho uma razoável compreensão do quem ver a ser música como instituição artística e cultural. E dentro dessa compreensão não consigo de modo algum botar em uma balança os dois movimentos, para afirmar qual deles é o melhor. São produtos heterogêneos que não se pode comparar. Um é de fato música, enquanto outro é ruído sonoro. Música, se é que se pode definir de forma simplista, é aquela que fica, é perene, atemporal. Ruído sonoro é efêmero, acaba rápido, se evapora no tempo. Não há como comparar as canções de Billy Blanco com as canções de Gaby Amarantos; o canto da Fafá com o grito da Joelma; a interpretação de Leila Pinheiro com a encenação de Dona Onete; a construção musical de Waldemar Henrique com a desconstrução da Guitarrada.  Até entendo essa defesa ferrenha de Amarantos e seus comparsas. O sucesso que essa pseuda música faz é fruto da breguice brasileira. Aproveita a onda de um Brasil que se liga em big brothers, que entrega o salário para a igreja para obter a chave do céu, que se contenta com uma bolsa família em detrimento de escola e saúde de qualidade, que não lê e é desprovida de sensibilidade artística. Não tem cidadão no planeta com mínimo de bom senso que aguente ouvir por 20 minutos a guitarrada; não há como classificar de cultura “...café coado na calcinha...", é portando uma jogada de marketing, que banha de confetes a ignorância social, que também vota e define os rumos políticos e mercadológicos.

2 comentários:

  1. Meu blogueiro,a cultura popular é transigente.Dela,sairam os grandes compositores.Só para lembrar,o Villa Lobos e o Brahms mamaram nessa vertente e compuseram suas grandes obras.Sem D.Onete,Gaby e Chimbinha,como estaríamos representados no mundo nacional?.

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  2. Não se pode qualificar Guitarrada, Gaby Amarantos, Ximbinha & Joelma e Dona Onete como Cultura Popular. Esta última até diria que tem alguma coisa, mas são resquícios. A cultura popular como o Maracatu, o Carimbó e outras porcarias, são produtos nativos, germinados pelo povo de um determinado lugar de forma natural, sem pretensões de extrapolar o seu habitat, de ocupar as mídias e ganhar o mercado, o seu espraiamento aconteceu de fora para dentro, ou seja, o povo de fora que foi buscar essa cultura. Por sua vez o que esses moços estão fazendo hoje, é algo artificial orientado por esses produtores das massas de cabrestos, é coisa barata, que não exige investimento cefálico e nem financeiro, mas em compensação busca captar rios de dinheiro dos ogonorantes, é uma ação planejada, sem preocupação com a qualidade do que fazem.

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