Músicas, Seriedades, Burridades e Coisas Ogonorantes.

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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Vou ter que comprar um paletó.

Quando trabalhei no Ministério Público do Pará fui obrigado a usar terno, cheguei a ter uns 5 paletós,  como se chamava antigamente, mas nunca consegui me habituar com tal indumentária. Sinto que estou amarrado em uma camisa de força, meus ombros ficam mais arqueados e tenho até bursite. Deixei o Ministério Público juntamente com meus paletós, todos doados sem dó nem piedade, me livrei daqueles trambolhos. Depois de mais de 15 anos sem usar um paletó, e tendo ido a frequentes enterros, descobri que as pessoas, digo os homens, quando morrem são enterrados de paletó, provavelmente são mais respeitados na entrada do céu, sem ele seguem direto para o inferno ou ficam numa fila interminável até apodrecer. Pode ser também que sem paletó a pessoa não tenha direito a reencarnação, ou quem sabe, fique privada das diversões no Paraíso; em última instância pode ser que as minhocas não gostem muito dos tecidos dos ternos, e deixem o cara para ser devorado após o apodrecimento do terno. E se a pessoa for cremada? O paletó deve ajudar a amenizar as queimaduras, ou sei lá, inibir o cheiro de churrasco e exalar naftalina, confesso que não sei, mas só sei que vou ter que comprar um terno para ser enterrado. Farei isso a contragosto, porém como vou estar morto, não sentirei aqueles desconfortos que sentia no Ministério Público. Só gostaria que respeitassem uma única condição, de me enterrarem sem gravata. Gravata nem pensar, me dá uma asfixia danada.

Um comentário:

  1. Em respeito aos falecidos, ou desencarnados, creio que devas consultar um especialista em espíritos. Isto realmente me intriga. Se, ao morrermos, ou desencarnarmos vamos de paletó, ou outra vestimenta, por que, ao voltarmos, estamos nús. Nunca vi alguém nascer vestido... Os Novelinos voltarão amordaçados?

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