Músicas, Seriedades, Burridades e Coisas Ogonorantes.

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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Mais uma da casa do Jobim de Poço Fundo.

qUINTA-FEIRA, 9 DE ABRIL DE 2009
DINDI - DIRINDI - TOM JOBIM
A casa do Tom fica em São José do Rio Preto, num lugar, chamado Poço Fundo do outro lado do rio da Fazenda Dirindi, que ele via da casa dele. Cristina, minha irmã, uma ótima fisioterapeuta, tratou da mãe do Tom e na época ele contou a estória da música Dindi para ela e uns anos mais tarde ele repetiu para mim no aeroporto do Rio, que hoje leva o seu nome. Em vez de contar, vou citar o livro de Helena Jobim, irmã dele:
"Ele via o rio passar, roncando nas pedras, as águas espumaradas. Aquele ruído o apaziguava. Na outra margem, começava o pasto que ia dar no morro do Dirindi. 'Dindi' não era, como muitos pensavam, um nome de mulher. Mas sim toda aquela vasta natureza e seus segredos", narra Helena Jobim, irmã de Tom, no livro "Antonio Carlos Jobim, Um Homem Iluminado" [Ed. Nova Fronteira].
E aqui são mencionadas outras músicas que nasceram ali:
“Tom teve a inspiração de Águas de Março quando apreciava o deslizar de um regato no sítio Poço Fundo na companhia de Theresa {sua primeira mulher] em março de 1972. Para sorte dele, e como de hábito, sua mulher tinha lápis e papel á mão para anotar as palavras que pareciam brotar automaticamente.
O sítio ficava a duas horas do Rio, entre Petrópolis e Teresópolis, no meio do mato, num vale fechado por onde passa um vento forte que Tom apelidou de “vento redondo”. (...) Além de “Águas de Março”, brotaram no Poço Fundo “Chega de Saudade”, “Estrada Branca”, Caminho de Pedra”, “Dindi”, “Corcovado” e “Chovendo na roseira”.
(Texto extraído da publicação “Tom Jobim – Anotações com Arte”, de Fred Rossi e Oswaldo Mendes.)

Tem uma pessoa com quem convivo bastante, gosto demais, principalmente porque é autêntica e uma mãe dedicadíssima e para quem nunca contei essa estória. Ela só vai saber agora através do blog, porque ela teve uma ligação muito maior com o Tom que qualquer um de nós, mortais. Nós mortais, sim, por que ela, ela é eterna e continua uma coisa linda e cheia de graça. Agora para quem não conhecia essa estória é interessante ver aqui a letra de Dindi, já que agora pode ouvir diferente pensando num lugar e não em uma mulher, imaginando o Tom, da casa dele vendo o Rio Preto (que é marrom) e do outro lado os morros da Dirindi. São José, hoje é emancipada de Petrópolis, e como as novas cidades depois de uma lei não podem ter nomes iguais, chama-se agora São José do Vale do Rio Preto.
Dindi
Céu, tão grande é o céu 
E bandos de nuvens que passam ligeiras 
Pra onde elas vão ah! eu não sei, não sei 
E o vento que fala nas folhas 
Contando as histórias 
Que são de ninguém 
Mas que são minhas 
E de você também 
Ah! Dindi Se soubesses do bem que eu te quero 
O mundo seria, Dindi, tudo, Dindi Lindo Dindi 
Ah! Dindi Se um dia você for embora me leva contigo,
Dindi Fica, Dindi, olha Dindi 
E as águas deste rio aonde vão eu não sei 
A minha vida inteira esperei, esperei por você, Dindi 
que é a coisa mais linda que existe
Você não existe, Dindi 
Olha, Dindi Adivinha, Dindi Deixa, Dindi Que eu te adore, Dindi... Dindi
(Extraído do Blog: Um Homem Pensando).

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