Meados dos anos 70 um dos points da moçada era ir aos sábados de carro para a Praça da Mercês ficar paquerando a mulherada que ia para o comércio, e trafegava entre a Santo Antônio e a João Alfredo. Era o máximo. Pois bem, meu amigo Pixula comprou um Chevette desses incrementados, com rodão, calotas cheias de firulas, rebaixado, um cão de carro. Contudo já bastante rodado e com excesso de massa na lataria, nada que se percebesse rapidamente; e não seria essa besteira que iria empatar a paquera do Pixula.
O homem estaciona o carrão na Frutuoso bem na confluência da João Alfredo com a Santo Antônio, no meião da passagem das meninas. Abre a porta do carro do lado do motorista, se escora nela, coloca um óculos escuros ray-ban e tasca olhares penetrantes em todas as direções. Numa dessas fisga um peixe bacana. A mina se aproxima e papo vai, papo vem, o amor se apodera dos dois. Só havia uma alternativa, colocar a mina no carro e zarpar para Mosqueiro, Salinas, uma praia qualquer, tomar umas e outras, beijar muito, namorar, e quem sabe amar ou fuder mesmo.
Aí o Pixula pega a menina pelo braço, como todo bom cavalheiro, e se dirige para a porta do passageiro para acomodá-la no carro, nisso que abre a porta, a mesma se destrambelha do veículo e cai sobre o pé da moça. Meu Deus foi um corte feio que resultou em 42 pontos. É o que dá comprar carro velho, você acha que vai fazer point, quando na verdade vai acabar em pontos, no pronto socorro ou na carteira de habilitação.
P.S. – Para as interesseiras que só namoram meninos de carro, vai o conselho do blog: é melhor um sem carro do que um com carro velho.
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