Músicas, Seriedades, Burridades e Coisas Ogonorantes.
Um blog para quem não tem nada para fazer. Para pessoas que vieram do nada e hoje não tem porra nenhuma.
Cerveja véu de noiva.
Morávamos na Brás de Aguiar em um casarão antigo, daqueles com sala de estar, jantar, saleta e um longo corredor interligando as salas a copa cozinha, e aos sábados meu pai dedicava o dia para ouvir música, geralmente na companhia dos amigos de cabeceira: Reginaldo Cunha (primo); Paulo César Condurú Fernandes (sobrinho, infelizmente também falecido) e o Paulo Mazzini (membro da família desde que o arco-íris era preto e branco). As audições eram regadas com cervejas e whisky, e de um lauto almoço preparado com esmero pela Eliete. Tudo maravilhoso, porém tinha um sério problema, o trajeto da cerveja, da geladeira até a sala da audição. Havia necessidade de percorrer o enorme corredor, colocando em risco a temperatura da cerveja. Poderíamos ter comprado aqueles carrinhos de golfe, contudo o salário de professor de meu pai não permitia. A solução, bolada por ele mesmo, foi contratar o filho da lavadeira, o Geraldo, um rapaz magrinho e rápido. O papai fez os primeiros testes e achou que a velocidade do Geraldo não era suficiente para equacionar o problema. Pensou um pouco e matou a charada. Mandou encerar o corredor com cera Parquetina, e calçou uma meia no Geraldo. O rapaz pegava a cerveja do congelador, tirava distância e se largava no corredor, vinha com tudo para a saleta de música. A cerveja chegava geladíssima, porém restou um pequeno problema, frear o Geraldo.
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