- PIM-PAM
- Passamos a seqüência: ESPETÁCULOS CINEMATOGRÁFICOS.
Toda a programação de hoje dos cinemas da cidade. ATENÇÃO.
- CINE CAPIVARA: sessões contínuas desde as 15:30 horas. O emocionante drama: “O CEMITÉRIO DOS DESESPERADOS”. Com Honeybrook Gonçalves e Marilyn Gouveia. Uma jóia da cinematografia da Lituânia, representada pela “PRESEPADA PICTURES”. Inteiramente filmado nas ilhas do oriente próximo. Direção de Cecil B. D. Miller. Um dos espetáculos mais emocionantes dos últimos tempos. Ele era cego porém seu destino era imundo. Não percam. Em Steptrocólor e CanaVision-70. Abatimentos para estudantes, militares e rádio-técnicos.
- CINE GORGULHO: às 17:45 e às 21:32. O maior bangue-bangue de todos os tempos: “A MORTE É MINHA PARCEIRA”. Com o elenco mais premiado da cinematografia americana: West Tamarino – no papel do artista. Helen G. Azevedo – no papel da moça. Edward Copertone – no papel do pai da moça. Mário Paccini Cervello – o famoso astro italiano, detentor de um Oscar, no papel do bandido. Fred Nixon – no papel do cachorro, e Velhão Holmes – no dificílimo papel do garoto. “A MORTE É MINHA PARCEIRA” Orgulho da “Twenty-Four Century Incorporation & Cia. Limitada”. E ainda na seqüência ESPETÁCULOS CINEMATOGRÁFICOS o PANORAMA DA CIDADE cede seus microfones a CEDRO VERIDIANO. O papa da critica cinematográfica que apresentara o seu festejado comentário diário.Antes porém lembramos que a crônica cinematográfica de CEDRO VERIDIANO vai ao ar sob o alto patrocínio da FEIJOADA EM LATA VENEZIANA.
- E com vocês, no PANORAMA DA CIDADE CEDRO VERIDIANO e sua festejada CRÔNICA CINEMATOGRÁFICA.
- O meu amável “good morning”, prezado cinéfilo. Com 8 anos de editado “A Condessa do Ping-Pong” transparece muito mais suas deficiências. Parece que foi a 29 anos que Charles Capim, atendendo ao produtor Joseph Epstão da “Magistral Pictures” rodou em interiores nos Estúdios Blackwood (Inglaterra) aquela película e a filmagem, mesmo assim durou apenas três dias. As deficiências narrativas apresentam deslizes das quais o espectador pode muito bem compreender os motivos (ou “o” motivo). Capim, ou Cápim, como queiram alguns, tinha 126 anos quando fez o filme. Sem a vitalidade dos anos em que jantava com a Princesa Izabel e com a mentalidade do cinema do tempo de José do Patrocínio, optou por todas as seqüências em interiores. Quando, por exemplo, você vê a artista principal, Florinda Balcão na praia do bispo, na verdade você está vendo Florinda Balcão no “set” com a praia projetada atrás, à maneira dos velhos cenários de papelão com que se trabalhava antes do cinema exigir maior realismo. Mas isto não é deslize narrativo. Deslize é a montagem capiniana. Quando Lorde Strogoff está conversando em médio plano com Valter Sentina, no plano seguinte (um plano mais distante) ela está em posição diferente (uma hora com as pernas cruzadas, outra com os dedos no nariz). Daí os poucos detalhes ou campos e contra campos que o filme tem. Historicamente importante (pois é um dos anti-penúltimos filmes de Capim (ou Cápim, conforme é conhecido em Pernambuco), “A Condessa do Ping-Pong” é um divertimento para os dias de enchente em Marabá. Não tem muito valor cinematográfico mas é de fato inferior aos piores celulóides já fabricados em Pinstreet. Cotação: Muito Bom.
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