Residindo na Brás de Aguiar naquele casarão de extenso corredor, éramos vizinhos do amigo Rui Cabeça, e vez por outra passávamos a tarde no quintal de casa treinando o Emengardo. Melhor explicando, no quintal de casa havia uma trave de futebol e lá estimulávamos o Mauro, o caçula, a ser o melhor goleiro do Brasil, o Emengardo, nome artístico do homem, caso desse certo, e não deu. Quando chovia o quintal enchia de água permitindo que nós divertíssemos mais ainda, brincando com uma tartaruguinha e uma perema que moravam por lá. Num determinado dia antevendo um pampeiro dos bons, convidei o Rui para uma disputa de natação, entre a minha tartaruguinha e a perema, que reservei pra ele. Antes do embate, pintei o casco do meu quelônio de preto e branco, nas cores do meu querido Botafogo. Por sua vez o Rui como ogonorante que é, pintou o casco da perema de rubro-negro. Veio a chuva, e o quintal enchendo, nós ansiosos para darmos início à competição. O papai estava em casa e a tudo assistia de uma janela que dava para o quintal. Posicionamos os quelônios e o tiro de largada foi disparado. A botafoguense por ser uma tartaruga disparou na frente, e a perema flamenguista afundou como esperado, pois não tem familiaridade com a natação. Cada competição que ganhava o Rui pedia revanche. Vendo o desespero do Rui, e achando que eu já estava tripudiando demais, ele resolveu chamar o Cabeça, e pediu que levasse a perema. Passaram alguns bons minutos na cozinha, eu fiquei aguardando no quintal. Lá vem o Ogonorante escondendo a perema nas costas. Posicionamos os quelônios para nova largada, e a perema saiu em disparada deixando minha tartaruga para trás. Não acreditando no que via fui olhar detidamente a perema, e constatei um esparadrapo no casco da bichinha. O velho sabedor que a perema por natureza não teria nenhuma chance de vencer, chamou o Rui e deu a dica de colar com esparadrapo um pedaço de isopor no peito do animal. Estrilei alegando irregularidade, mas ficou a lição: que não se deve ganhar sempre.
A MANIA DE COMER MUITO LEVA A CONFUNDIR PAPEIRO COM PAMPEIRO, VENTO FORTE QUE SE ACOMPANHA DE CHUVAS.R.S
ResponderExcluirAlém de bom de matemática, ortopedia é excelente em português.Tombém com uma mulher professora. Aliás, és o único que escreve para o blog. Julgo que a sigla R.S. deve ser de algum gaúcho, do Rio Grande do Sul, pois é por lá que tem muito pampeiro sem fazer nada, que vem para Concórdia ensinar os caboclos da região a diferença entre papeiro (que pode ser esmaltado ou cachaceiro) e pampeiro (dos pampas ou toró).
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