Músicas, Seriedades, Burridades e Coisas Ogonorantes.

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sábado, 27 de agosto de 2011

Palmo Em Cima.

Comecei a jogar celotex (time de botão) desde os tempos de Vila Hortência, com 7/8 anos. Meus parceiros de jogos freqüentes eram o Condurú Neto (primo), o Pepe meu irmão e mais tarde o Rui Cabeça. Jogávamos com botões de madeira, tudo dentro do figurino: bola de lã, traves feitas pelo Raimundo (amigo da família que trabalhava no IPEAN), com redes e até símbolos de clubes sobre os botões. No início os times representavam os clubes da vida real (Paysandu, Botafogo, Corinthians, etc.). Realizávamos verdadeiros campeonatos com premiações de taças e medalhas. Prestes a iniciar um desses torneios, o papai nos surpreende ao pedir para incluí-lo, avisando que seus jogos teriam que ser aos sábados, domingos e feriados. Não houve objeções e permitimos que ele participasse do campeonato. Na surdina conseguiu alguns botões emprestados com o Pepe e montou o time dele, o Palmo Em Cima Futebol Clube. Habituados em jogar com clubes famosos de nosso futebol, achamos a proposta audaciosa, pois onde já se viu o Palmo Em Cima ganhar do Paysandu, do Botafogo, clubes de tradição. Para nós seria um verdadeiro vexame. No dia do primeiro jogo do Palmo Em Cima, o papai apresentou a escalação do time, eram nomes dos mais esquisitos, tipos aqueles que usou no PLANTÃO ESPORTIVO da Rádio Katraka (vide Manuscritos Rádio Katraka # 5 – Plantão Esportivo Parte 2). Lembro de dois jogadores, um ponta-direita chamado Negatóviski, que segundo ele era um russo naturalizado igarapé-açuense, e o centroavante Pelé Gomes, um português a cara do Pelé da casa da vovó. Para encurtar ele participou de algumas partidas e fez bonito, pois ganhou alguns jogos e perdeu outros, porém foi obrigado a desistir em razão de ter esfolado os dois joelhos, na medida em que jogávamos no assoalho de casa. Depois dessa participação do papai, deixamos de usar os times tradicionais e passamos a criar nossos próprios times, com escudos, camisas exclusivas e nomes esdrúxulos. 

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