Músicas, Seriedades, Burridades e Coisas Ogonorantes.

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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Comentarista velho.

É tanto futebol que as emissoras de rádios e TV’s são obrigadas a contratar comentaristas velhos, da época de nossos pais. Outro dia vi um jogo de dois times do interior de São Paulo nos canais fechados de TV, e o comentarista escalado foi muito badalado nos anos 70 e 80, portanto já bastante rodado e de idade avançada, já que naquele época era quarentão.
Durante o jogo o homem fez uns 4 comentários todos eles provocados pelo narrador, e em todos eles não explicou muito bem os lances.
O atacante de um dos times entrou na área do adversário fazendo um carnaval danado, driblou uns 3 e na hora de finalizar jogou a bola longe. O narrador pergunta: - O que você achou do lance?
- O,o,o,o,o,o, jogador...o zagueiro, não o centre-for, o rapazinho ali, como é nome dele meu Deus!
O jogo esquenta e o narrador teve que interromper o primeiro comentário. Mais adiante em outro lance um dos jogadores de meio de campo, pisa em um buraco do gramado e torce o pé, obrigando-o a sair do jogo. Diz o narrador: - O Luiz Carlos meio de campo estava organizando toda a jogada, era o melhor em campo, porém se machucou por conta do estado do gramado. O narrador mais uma vez provoca o comentarista: - O que você acha disso.
- O,o,o,o,o estádio aqui do,o,o,o,o interior de,de,de, São Paulo, como é o nome do estádio meu Deus!
E o jogo prossegue. Uma jogada sensacional entre os dois atacantes, passam tabelando pelos zagueiros adversários, entram na área e um deles faz um golaço. O narrador se esgoela gritando gol: - Gooooooollllllllll, Gooooolaço, aço, aço, um gol de placa minha gente. Comente aí o lance. Fez-se um silêncio de alguns segundos e nada. Ei amigo, como você viu o gol.
- Eu,eu,eu,eu,eu não vi, estava tomando meu remedinho pra pressão.
O jogo entra nos minutos finais o time que estava perdendo parte com tudo para o ataque, a bola é chutada para o gol, bate na zaga e volta para os atacantes, era aquele bate e rebate, a bola sobra para o lateral que fuzila e empata o jogo. O narrador mais uma vez coloca a garganta pra trabalhar: - Gooooooollllllllll, goooooollll, de Eltinho empatando o jogo quase no final, uma jogada de raça, fazendo juz ao esforço do time. Comente aí o gol. Novo silêncio, o narrador fala mais alto. Ei amigo, o que você achou do gol. Ei amigo, você está cochilando?!
- É, é, é, é, esse meu, meu, meu, re, re, remédio me deixa sonolento, e eu,eu,eu,eu,eu não vi o gol.
E graças a Deus que o juiz encerrou o jogo, o narrador se despediu rapidinho e a programação prosseguiu sem que o comentarista dissesse adeus.

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