Músicas, Seriedades, Burridades e Coisas Ogonorantes.
Um blog para quem não tem nada para fazer. Para pessoas que vieram do nada e hoje não tem porra nenhuma.
sexta-feira, 11 de março de 2011
Histórias do Delduque # 2.
A minha mãe, como outras mães de meu período infantil, donas de casa, gostava de apanhar garotas do interior para criar. Quando os meus pais já moravam no Recife, certo dia, enquanto faziam uma excursão pelo alto sertão, em uma cidade paupérrima, minha mãe apegou-se a uma mocinha de idade entre 12 e 13 anos. Seduziu os pais da garota com promessas de levar a criança ao Recife para estudar. Assim, foi a pequena Mariana morar na nossa casa, no bairro da Várzea. Eu, Camilo, morava em Belém. Já formado em engenharia civil, com algum recurso folgado no bolso, me permitia de, sem menos esforço, aos finais de semana, ir ao Recife para aproveitar meus pais e irmãos. Algumas vezes, quando a saudade extrapolava, cheguei ao ponto de ligar do escritório para encontrar minhas roupas no aeroporto, voar e chegar de surpresa na casa da Várzea. Até então eu só sabia da existência da Mariana por informações. Um dia,a minha mãe cozinhava, quando bateram na porta. A Mariana, acostumada aos costumes da casa, foi ao portão e anunciou: 'Dona Natáia, seu fiu chegou". A mamãe, sabedora das minhas surpresas, foi correndo para abrir a porta e deu de cara com um vendedor de enciclopédias. Após escutar a cantilena do vendedor e depois da consequente dispensa do moço, mamãe virou-se para a Damiana e perguntou, entre aborrecida e surpresa: "Menina, quem te falou que este rapaz era o meu filho". E ela, inocentemente, com todo o sotaque nordestino explicou: "Ochente!... êle mal me olhou, perguntou - mamãe tá em casa?
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