Para meu amigo Camilo.

Dia 19 de março é dia de São José, que por mais que seja santo não tem o cartaz de meu amigo Camilo Delduque, que também é comemorado sagradamente todos os dias 19 de março. Por mais paradoxal que possa parecer minha amizade com o Camilo é recente, começou naturalmente nos idos de 2008, digo naturalmente, pois já sabíamos da existência de um e de outro, porém nunca tivemos a oportunidade de sentarmos e nos conhecermos melhor. E nesse primeiro encontro a amizade fluiu de forma natural, como se já nos conhecêssemos desde a infância. É o tipo da empatia perfeita, onde se tem a convicção de ter firmado uma relação de amizade perene. Certamente que as demais relações de amizade do Camilo aconteceram da mesma maneira, pois o Delduque é uma figura impar, uma pessoa agradabilíssima de se conviver, excelente papo, senso de humor dos melhores, em suma um cara genial, que qualquer ser vivo gostaria de tê-lo como amigo. Digo sempre que o Camilo é uma unanimidade, pois não conheço na face da terra pessoas que não gostem dele, a não ser aqueles que ele não gosta e o cara morre de vontade de ser amigo dele, e acaba ficando com raiva dele por esse desprezo. O Camilo transita facilmente: entre o pobre e o rico, entre o feio e o belo, entre petistas raivosos e os direitistas xiitas, entre gatos e cães, entre uma cachaça e um gin inglês, entre uma cerveja e um whisky escocês, entre um prato feito e um sofisticado, e entre as pernas de belas mulheres. Aqui no blog já contei várias histórias onde ele se faz presente, como a dos Agentes 005 e 006, que foram precursores do famoso 007, já postei causos e piadas que ele sempre manda contribuindo para que o blog se mantenha vivo. Postei histórias sobre seu neto Lucas, o Herói, e sobre seu fiel escudeiro o Jabutigre, um animal dócil para o dono, porém sanguinário para os conhecidos do dono. Ainda não vi mocinho ou bandido se atrever a entrar na casa do Delduque sem que ele esteja do lado, se fizer pode encomendar a embalagem de comida para minhocas, pois Jabutigre quando não mata deixa o cara vegetando.

Esse é o grande Delduque, engenheiro civil que constrói imóveis, móveis e amizades, escritor e poeta que já fez em vida seus livros onde registra seus amores e dissabores e músico de boa verve, com melodias gostosas de se ouvir e cantar. Nesse dia especial vai um grande abraço desse velho gordo que adora o Delduque, e um pedido para preparar as tamancas que logo mais, seja aonde for, o fígado vai fazer bico.