Hoje meu avô paterno, José Maria Hesketh Condurú, se vivo fosse completaria 111 anos. Quando ele faleceu em 1974 eu tinha 20 anos, e minha convivência com meu avô foi curta, porém com algumas passagens marcantes. O vovô não era muito afeto a beijos e abraços, tomávamos a benção dele a distância, e nossas conversas na maioria dos casos aconteciam em sua biblioteca ou nos finais dos almoços e jantares familiares. Em uma ocasião estava precisando de umas aulas de reforço de física, e pedi ao papai que falasse com o vovô para ver se podia resolver esse problema. Aceitou com maior prazer, e por 2 ou 3 dias tive a oportunidade de aprender física e a grande satisfação de conviver algumas horas com meu avô. Até piadas surgiam durante as aulas. Lembro de uma onde ele, meu avô, estava dando aula no Paes de Carvalho, ditava um enunciado de um problema de física que continha a palavra “eqüidistante”. Reparou que quando soletrou a referida palavra uma aluna ficou estática, deixando-lhe intrigado com a cena. Perguntou para a aluna o que estava ocorrendo, e ela lhes disse: - Toda vez que o Senhor dita essa palavra tenho dificuldades de escrevê-la.
- Por quê? Perguntou meu avô.
- Pois sempre me esqueço de tremer no u.
A piada era meio insossa, acabei caindo na gargalhada, pois a risada do vovô embora silenciosa era contagiante.
Noutra ocasião fui convidado pela turma do colégio a participar do time de futebol que disputaria os jogos internos. A questão é que precisava dispor de uma chuteira e mamãe havia me dito que não tinha recursos para comprar a chuteira. Essa conversa que tive com a mamãe foi em um final de semana na casa do vovô. No início da semana uma vizinha da vila onde morávamos, vai até a minha casa e diz que meu avô estava ao telefone e gostaria de falar comigo. Fui atendê-lo e ele pediu que eu fosse até a casa dele. Fiz isso na tarde do mesmo dia. Lá chegando ele me presenteia com uma chuteira, não resisti e tive que abraçá-lo mesmo que o contrariando. Na certa ele ou minha avó ouviram minha conversa com a mamãe. Para resgatar a grande saudade que tenho de meu avô, pedi ao Neto meu primo, seu afilhado, que fizesse uma síntese de sua vida profissional para homenageá-lo na data em que nasceu.
Sou admirador do velho Conduru. Como devo proceder para obter o livro o riso faz bom sangue
ResponderExcluirRuy Antonio Barata
Caro Ruy,
ResponderExcluirInfelizmente não fiquei com nenhum exemplar dos livros de meu avô. Você pode entrar em contato com meu primo (José Maria Hesketh Condurú Neto) pelo email jmconduru@globo.com, que dispõe dos livros do vovô, e que poderá ajudá-lo.
Amigo, não esqueça de procurar a Joyce Moreno e o cd Tudo. Abs
ResponderExcluirEdyr,
ExcluirAté o momento não consegui ainda o CD.