Está novamente em discussão à escolaridade do Tiririca, mesmo depois do homem ter passado arrastando na prova que fez perante o Juiz Eleitoral. O promotor não se conforma com a conclusão do Juiz que acha que 30% de acertos são suficientes para declarar que o homem não é analfabeto. O promotor quer fazer um novo ditado para o Tiririca, desta vez com palavras usadas comumente pelos parlamentares. Dito isto, republico um texto que escrevi logo após as eleições, na onda dessa questão da capacidade escolar do Tiririca.
Estou com pena do Tiririca. O homem fez uma campanha limpa, engraçada, recebe cerca de 1.350.000 de votos e corre o risco de não ser diplomado, pois vai ter que provar que não é analfabeto se submetendo a um ditado.
Pra mim isso é covardia, pois acho ditado uma forma difícil de testar capacidade de alguém. Vai lá que aconteça o mesmo que ocorreu com meu irmão Mauro, o Tiririca está ferrado. Explico.
Meu irmão, em 1972, estudava 2ª série do primário (hoje ensino fundamental), e meu Pai, que foi professor a vida toda, passava a vida dando aulas em colégios de Belém e na UFPa., e somente em um dia útil da semana almoçava com os filhos. Nesses almoços costumava cobrar da gente o desempenho no colégio (estudávamos no colégio da Universidade), era exigente com todos nós, exceto com o Mauro que era o caçula. Qualquer asneira ou burridade que o Mauro fizesse no colégio ele achava graça e não ficava aborrecido; mas conosco, nem pensar, cobrava mesmo. Vale salientar que meu Pai nunca encostou um dedo em qualquer dos filhos, mas suas cobranças era uma coisa doída, que levávamos a sério.
Pois bem, em um desses almoços meu Pai se vira para o Mauro e pergunta.
- E aí Mauro fizeste prova hoje?
- Fiz né...
- E qual a matéria da prova?
- Comunicação e Expressão.
- Ah! Coisa fácil, tiraste de letra.
- É Pai, não foi fácil não...
- Como assim?
- Começou com ditado.
- Logo ditado, uma besteira dessas. Certamente te saíste bem?
- Eu não consegui escrever nem o título do ditado.
- Mas por quê?
- Olha o título de ditado...
- Qual era?
- 7 de setembro.
- Uma baba!
- Pai, eu não sei escrever o sete maiúsculo. (Foi uma risada só do velho e outros presentes).
Mas de fato desde aquele dia percebi quão difícil é um ditado, e vejo o Tiririca em papos de aranha. Imagina se cai algo assim, com datas, ou algo cibernético tipo @, coitado do rapaz, pois nem eu sei fazer arroba maiúscula.
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