Essa história ocorreu entre os anos de 1970 e 1972. Na ocasião minha família residia na Brás de Aguiar, entre Quintino e Rui Barbosa, em uma casa vizinha ao Edifício Brás de Aguiar, que na ocasião estava em construção. Para ser mais preciso, nossa casa ficava onde hoje está um terreno murado do Colégio Moderno. Era daquelas casas antigas com cômodo grandes. Tinha: porão, corredor longo, vários quartos, sala, saleta, gabinete, sala de jantar, banheiro, varanda, cozinha, jardim lateral e um belo quintal. Ainda tinha um pátio lateral, era uma casa bonita, que apesar de grande, era aconchegante. Tivemos bons momentos de nossas vidas nessa casa.
Na mesma época um de nossos primos, o Reginaldo Cunha, residia na Alcindo Cacela, entre Governador José Malcher e Magalhães Barata (naquele tempo Av. Independência), bem em frente a oficina e loja da AC Simões, que hoje não mais existe no local. Era um sobrado de 2 pavimentos, que juntamente com outros 2 ou 3 de mesmo estilo arquitetônico, conformavam uma espécie de pequeno conjunto residencial.
Pois bem, em determinado dia desse período cai um toró danado em Belém, e essa forte chuva faz com que uma mangueira colossal que ficava em frente a casa do Reginaldo caísse sobre o sobrado, causando um estrago considerável, mas sem vítimas.
Lembro que o noivo de minha prima Vilma, irmã do Naldo, era um tenente da Aeronáutica, que providenciou uma lona enorme para cobrir a parte da casa que foi danificada, até que se concluísse o conserto.
Provavelmente no sábado seguinte ao ocorrido, meu pai fazia suas reuniões musicais com meus primos e amigos, dentre eles o Reginaldo Cunha, que na ocasião contou todos os detalhes do incidente de sua casa. Apesar disso o sarau continuou com alegria de sempre, com audições de músicas de excelente qualidade e muito violão.
Passado mais ou menos duas semanas depois dessa reunião musical, o bate-estaca da construção do Edifício Brás de Aguiar trabalhava diuturnamente. E também num sábado pela manhã, eis que acontece o inesperado. Com a estrutura abalada em função do bate-estaca, a frente de nossa casa desmorona sobre a mangueira que ficava em frente da residência. Ruiu literalmente sobre a mangueira. Recordo-me de ter da sala da casa uma visão panorâmica da Av. Brás de Aguiar.
Minha mãe Ciloca ficou desesperada, e correu para o telefone para pedir auxílio ao proprietário da casa onde morávamos e para a firma de engenharia que construía o Edifício Brás de Aguiar. Porém o papai foi mais rápido e pegou o telefone antes de minha mãe, e para surpresa de todos, liga para a casa do Reginaldo Cunha, e depois de ser atendido pelo primo, me sai com essa:
- Reginaldo! Acabamos de dar o troco de tua casa contra essas mangueiras, pois a nossa se jogou sobre a mangueira aqui da frente, estás vingado.
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