Músicas, Seriedades, Burridades e Coisas Ogonorantes.

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sábado, 5 de março de 2011

Cinema mudo.

Essa quem me contou foi meu pai, segundo ele havia lido um livro que continha essa história, que se passou na época do cinema mudo, no Cine Teatro Iracema. Vale lembrar que durante as exibições de filmes mudos os cinemas colocavam geralmente como sonoplastas um pianista fazendo fundo musical para as cenas que surgiam nas telas. E nesse filme o encarregado do fundo musical era o falecido pianista e maestro Guiães de Barros. O Guiães andava muito chateado com a direção do cinema que estava em atraso com seu pagamento há mais de 3 meses, mesmo assim, responsável como era, não deixava de cumprir suas obrigações. O filme em cartaz era “Vida de Cristo”, e o cinema estava lotado. A cada cena o Guiães se esmerava com seu piano, tocando clássicos de suspense quando as cenas exigiam esse detalhe e clássicos descontraídos quando as cenas eram mais brandas, do tipo: Jesus fazendo pregações para os cristãos. Na troca de rolo da película havia um pequeno intervalo, de cerca de 3 a 5 minutos, e nesse intervalo o Guiães fica sabendo que a grana atrasada ia atrasar mais uma vez. O Guiães ficou mordido, mas retornou ao seu trabalho. O filme reinicia com Cristo sendo crucificado, aparece os romanos pregando Jesus na cruz, e na hora que a cruz estava sendo erguida, para colocá-la na posição vertical que todos conhecemos, o Guiães de Barros tascou em seu piano: “tatu subiu no pau... ê,ê,ê...tatu subiu no pau é mentira de mecê.”
P.S. A melodia em questão é do paulista Eduardo Souto, composta em 1923. 

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