Músicas, Seriedades, Burridades e Coisas Ogonorantes.

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terça-feira, 15 de março de 2011

Uma porcaria de viagem.

Essa história aconteceu no final dos anos 70, e ocorreu com um grupo de conhecidos que aprontavam mil cagadas. Um deles pegou o Simca Chambord do pai, relíquia conservada com carinho, merecedora de pelo menos 4 lavadas na semana, com aspiração de pó e engraxada nos pneus. Reluzia quando desfilava pela cidade. Aproveitou que o pai estava viajando e a mãe dormindo, convidou a sua turma e partiu para uma farra no Mosqueiro, isto num sábado começo da manhã, tipo 6:00 horas da matina. A viagem foi uma algazarra danada, e eles já estavam mamados da farra da véspera que ainda não tinha se encerrado, a idéia era acabar nas praias do Mosqueiro, com: sexo, bebidas e rock roll. Atravessaram a ponte e rumaram para as praias mais movimentadas da ilha através da rodovia litorânea. Passando a ponte do Cajueiro, já na região da praia de São Francisco, o dono do Simca avista um enorme suíno na beira da estrada, cerca de 50 metros do ponto onde estavam, e dá uma parada no carro. Avisa para os companheiros que teve uma brilhante idéia: “Vamos atropelar aquele porcão ali na frente, colocamos o bicho pra dentro, depois pegamos as meninas e vamos para o Paraíso fazer um churrascão”. Foi aquela euforia, e a morte do suíno foi decretada. O motor do Simca é ligado, o homem acelera com os cacetes e parte pra cima do porco, mesmo fora da estrada. A expectativa era ver porco pra tudo que é lado, já desossado, bacon separado, costelinhas, pernil e lingüiças tudo nos trinques depois do porradau, era só degustar. Foi aquele estrondo e fumaça pra porra, estourou o radiador do Simca, o carona da frente deu uma testada no vidro, os que estavam no banco de trás também se bateram, porém nada grave. Desceram do carro e constataram que a frente do carro tinha ido pro espaço, só outra. Contudo, nem se preocuparam com isso, o foco era o porco. Olharam e nada de porco morto, fuçaram de baixo do carro, no mato, e porra nenhuma de suíno. Aí deram conta que a porra do porco que viram de longe, nada mais era que um resto de muro que agüentou o tranco e denotou a relíquia do pai desse conhecido. Mais tarde esse nosso colega confidenciou que a viagem foi uma porcaria, pois ele resolveu experimentar um bagulho que deram pra ele para não dormir ao volante, e que o tal bagulho nada mais era que remédio de doido. Engolimos a desculpa, mas confesso que ainda não tinha visto nenhum doido confundir porco com muro. Pra mim essa maconha era em 3D.

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