Músicas, Seriedades, Burridades e Coisas Ogonorantes.

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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Nem tudo são jóias.


Na ocasião morávamos na casa 6 da Vila Hortência, aquela que fica na Quintino Bocaiúva em frente ao colégio Moderno, onde o papai dava aulas para concluintes do científico (hoje 2º grau). Próximo ao final do ano, no início da tarde, a mamãe recebe a visita de uma senhora muito bem vestida, proprietária de uma joalheria em Belém. O velho não estava em casa, estava dando aulas. Conversa vai, conversa vem, quando a mamãe chama todos os filhos, e a elegante senhora começa a presentear cada um de nós com uma jóia. Eu devia ter 9 anos e lembro que recebi um relógio dourado, não sei se era de ouro. Presenteou o restante da família com outros relógios, cordões, anéis, pulseiras e gargantilhas.  Quando foi embora, a mamãe nos disse que a referida senhora era mãe de uma aluna do papai, e que estava retribuindo os ensinamentos matemáticos que o velho havia proporcionado para sua filha. Próximo ao jantar o papai chegou em casa, onde aguardávamos ansiosos para contar a novidade. Ouviu a história pediu a mamãe que recolhesse todas as jóias, e saiu com a velha na mesma pisada. Depois de algumas horas eles retornaram, foi quando o papai esclareceu os fatos, disse que havia devolvido todas as jóias e não gostaria que reclamássemos. A senhora das jóias de fato era mãe de uma aluna que estava prestes a ser reprovada, e tentou através dos mimos reverter a situação. Os presentes e a ingenuidade da mamãe deixaram o velho indignado. Só sei dizer que a moça foi reprovada e deixou de prestar vestibular naquele ano. Repetiu e foi novamente aluna do papai, deixou a desatenção de lado, se dedicou aos estudos e passou com louvor. Formou-se em matemática e se tornou uma grande amiga do velho.

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